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Turismo de vacina – é possível se imunizar contra a covid em outro país?

A pandemia do COVID-19 fez surgir um novo segmento no mundo das viagens, o turismo de vacina. Por causa da demora do calendário de imunização no país (por causa da irresponsabilidade ineficiência do governo), muitos brasileiros têm viajado para os Estados Unidos e outros países para se vacinar contra o coronavírus.

Foto de cottonbro no Pexels

Até então, apenas residentes poderiam receber as duas doses. Mas no início desta semana, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, afirmou que o plano de vacinar turistas já está pronto para começar.

Do mesmo modo, países como Cuba, San Marino e Rússia têm prometido imunizar viajantes. Essas ações visam promover o turismo, um dos setores mais afetados pela pandemia. Entretanto, a ação tem sido vista com maus olhos em todo o mundo. 

Primeiramente porque uma dose que se aplica em um turista representa um cidadão que pode ficar sem. Além disso, o turismo de vacina aprofunda ainda mais as desigualdades sociais, pois só vai conseguir ter acesso as doses quem tiver dinheiro.

Turismo de Vacina – lugares que já ofereceram imunizantes à turistas

Veja a seguir os países que já estão vacinando turistas ou tem prometido esse tipo de ação:

Cuba

Em 3 de fevereiro deste ano, o país anunciou que imunizaria não só sua população, mas também os estrangeiros com  Soberana 2. Vicente Verez, diretor do Instituto Finlay, estatal responsável pela produção do imunizante, disse ainda que a vacina seria enviada para aliados políticos como Venezuela, Irã, Vietnã e Índia.

A campanha de vacinação na ilha só teve início nesta última quarta, dia 12 de maio. Contudo, a autorização para uso de emergência do imunizante e da Abdala, ambas produzidas no país, só deve sair em junho.

Rússia

Esse foi o primeiro país a vacinar estrangeiros. A Sputnik V começou a ser aplicada em 2020 em profissionais de saúde e professores. No mês de janeiro, a campanha foi aberta a todas as pessoas, russas ou não.

Apesar disso, ela é uma das mais controversas até o momento. A Anvisa chegou a negar pedidos de importação de 14 estados: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins, além de Maricá e Niterói, no Rio de Janeiro.

Pesquisadores de universidades da Holanda, Itália, França, Estados Unidos e Rússia também são contra a vacina. Em carta, eles criticaram a falta de transparência nos dados, bem como erros aparentes e inconsistências nos resultados do estudo de fase três da Sputnik V.

Turismo de vacina – Estados Unidos

No país, a campanha de vacinação é organizada por cada estado. Ainda assim, uma das regras em comum é que a pessoa viva ou trabalhe no local. No entanto, alguns estados estavam aplicando os imunizantes sem exigir a comprovação legal de residência: 

  • Alabama;
  • Arizona;
  • Califórnia;
  • Carolina do Sul;
  • Colorado;
  • Florida;
  • Indiana;
  • Iowa;
  • Louisiana;
  • Michigan;
  • Nevada;
  • Ohio;
  • Virgínia;
  • Texas;

O Alasca é outro local que incentiva o turismo de vacina. A partir do dia 1º de junho, os visitantes podem se imunizar assim que chegarem ao estado. Doses da Moderna, Pfizer (duas doses em ambos os casos) e Johnson & Johnson (dose única) estarão disponíveis nos aeroportos de Anchorage, Fairbanks, Juneau e Ketchikan.

Para os brasileiros isso não muda muita coisa. Afinal, ainda está em voga a decisão que proíbe a entrada, em território norte americano, de pessoas que tiveram no Brasil nos últimos 14 dias. Dessa forma, seria preciso fazer quarentena em um outro local.

Turismo de Vacina – Emirados Árabes

Embora o governo local não confirme a iniciativa, uma brasileira de férias em Dubai conseguiu se vacinar. Além disso, o Knightsbridge Circle (um clube de elite) tem oferecido aos seus clientes a vacina produzida pela Sinopharm, empresa chinesa, no país.

Foto de Anna Shvets no Pexels
Foto de Denys Gromov no Pexels

Israel

Esse é o país com a maior taxa de imunização contra a covid-19 no mundo. No dia 22 de abril, Israel já havia vacinado 5 milhões de pessoas com as duas doses, ou seja, 52% da população.

Embora a entrada de turistas esteja suspensa, com previsão para ser liberada no dia 23 de maio, o país é um dos adeptos do turismo de vacina. A exigência consiste apenas em ter seguro de saúde ou estar há mais de seis meses no território israelense.

Romênia

O famoso Castelo de Bran, na Transilvânia, está promovendo uma “maratona” de vacinação durante todo este mês de maio. As pessoas que visitarem o local aos finais de semana poderão receber dose da Pfizer BioNTech de forma gratuita. O anúncio foi feito na página do Castelo no Facebook.

Atualmente só podem entrar no país:

  • Viajantes vacinados com a dose final a pelo menos dez dias;
  • Pessoas viajando à estudos ou a negócio;

Em ambos os casos, pessoas chegando de países com alta incidência de casos de covid, precisam fazer quarentena de 14 dias. O período cai para 10 dias, caso ela apresente teste PCR negativo feito nas 72h anteriores.

San Marino

O micro-estado independente no norte da Itália anunciou nesta quarta que irá oferecer a Sputnik V aos turistas a partir da próxima segunda, dia 17 de maio.

Mas para isso, as pessoas precisam reservar quartos de hotel antecipadamente e ficar (ou retornar) em San Marino por até 28 dias, para receber a segunda dose. Além disso, as doses custarão €15.

Prós e contras de viajar em busca de vacina

Foto de Anna Shvets no Pexels

A grande vantagem do turismo de vacina, sem dúvidas, é ficar imunizado de uma doença que já matou mais de 3 milhões de pessoas em todo o mundo até o momento. Dessas, 428 mil só no Brasil. E embora já exista vacinas em nosso país, ela chega a conta gotas por ineficiência do governo. 

Entretanto, viajar para outro país em busca do imunizante não tem nenhuma garantia e nem é tão fácil quanto parece. Afinal, ainda estamos em pandemia e o Brasil é um dos países que sofre bloqueio sanitário em quase todo o mundo.

Um dos grandes empecilhos do turismo de vacina está no fato de que a maioria dos imunizantes exigem a aplicação de duas doses. Ou seja, seria preciso ficar mais de 20 dias em um lugar para estar totalmente imunizado.

Além disso, por causa do bloqueio sanitário, geralmente o brasileiro precisa fazer quarentena, de 14 dias, em um país que permita sua entrada. 

Quem busca viajar para os Estados Unidos têm passado esse período no México e Costa Rica, que só exigem o preenchimento de um atestado de saúde e seguro viagem. Contudo, esse tipo de estratégia pode duplicar o valor da viagem, que já não é nenhum um pouco barata por causa do valor do dólar.

Do mesmo modo, não existe garantia nenhuma que chegando em outro país será possível se vacinar. 

Minha opinião

Eu fico dividida sobre o turismo de vacina. O medo e a vontade de ser imunizada me faz pensar que seria uma boa, se eu tivesse dinheiro sobrando hahaha.

No entanto, concordo que essa tendência envolve questões éticas e de saúde. Afinal, amplia as desigualdades sociais e tira a responsabilidade do governo brasileiro de oferecer vacina para todos.

Agora me diz, você viajaria para outro país para se imunizar?

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